Planeta
Água (Guilherme Arantes) Água que nasce na fonte serena do mundo E que abre o profundo grotão Água que faz inocente riacho e deságua Na corrente do ribeirão Águas escuras dos rios Que levam a fertilidade ao sertão Águas que banham aldeias E matam a sede da população Águas que caem das pedras No véu das cascatas ronco de trovão E depois dormem tranquilas No leito dos lagos, no leito dos lagos Água dos igarapés onde Iara mãe d'água É misteriosa canção Água que o sol evapora pro céu vai embora Virar nuvens de algodão Gotas de água da chuva Alegre arco-íris sobre a plantação Gotas de água da chuva Tão tristes são lágrimas na inundação Águas que movem moinhos São as mesmas águas Que encharcam o chão E sempre voltam humildes Pro fundo da terra, pro fundo da terra Terra planeta água... terra planeta água Terra planeta água. |
Brasília (Guilherme Arantes) Loucos profetas previram a tua existência milênio atrás e nos seus mapas marcaram o centro do mundo e nele tu estás todas as lendas que cercam teu nome jamais lograrão te explicar nem a política, nem o teu preço que foi tão penoso pagar Tuas cidades satélites mostram o quanto és uma aberração vivem à margem da tua luxúria onde corre o poder da nação seitas estranhas proclamam que o teu destino ainda não se cumpriu rezam a vinda dos anjos de estrelas cadentes no céu do Brasil És a vitrine imponente e ostensiva de um povo que vive a sonhar com seu império futuro, tesouro, presente que Deus vai mandar |